Maíra Francisco Coelho
RESUMO: Ao longo da história, a figura da Medusa foi tradicionalmente vista como um símbolo de medo e monstruosidade. No entanto, essa imagem tem sido constantemente reinterpretada, oferecendo novas perspectivas sobre questões de beleza, opressão e poder feminino. Este artigo centra-se na versão do mito de Medusa apresentada por Ovídio (2007), que a descreve como uma bela mulher punida e marginalizada, perdendo sua beleza. A narrativa de Ovídio permite explorar três temas principais dentro da psicologia analítica: a rivalidade entre mulheres, a cultura do estupro e o aprisionamento gerado pelos padrões de beleza. O mito de Medusa é relacionado com a crescente busca moderna por intervenções cirúrgicas e soluções digitais que mantêm as mulheres próximas dos padrões de beleza socialmente aceitos, destacando o medo de serem consideradas feias e, consequentemente, sem valor. Além disso, o artigo explora interpretações contemporâneas do mito e os conceitos de Carl Gustav Jung sobre arquétipos, sombras do feminino e o processo de individuação.
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