Natália Gindri Fiorenza
RESUMO: As relações íntimas pós-modernas são o objeto de análise deste texto, que se alicerça sob a óptica de Zigmund Bauman e Carl Jung a respeito do tema. Enquanto Bauman apresenta a ideia de amores líquidos, caracterizando as relações contemporâneas pela sua falta de comprometimento e fragilidade, Jung defende que a síntese da personalidade, e o encontro com o Self, não ocorrem sem a construção de vínculos relacionais. A busca constante por algo melhor, somada à incapacidade de fazer escolhas e de lidar com as frustrações, impacta a vida do eu pós-moderno, gerando consequências como o aumento das inseguranças e o distanciamento da experiência profunda do amor. Considerando-se o conceito de Jung sobre o desejo inconsciente da unificação interior, não é de se estranhar que a falta de vínculos consistentes e de verdadeira aceitação gere um sentimento de vazio e insuficiência no ser relacional contemporâneo. Tendo em vista o aqui exposto, podemos considerar que a forma como escolhemos nos relacionar afeta não somente nosso senso de completude, como também nosso desenvolvimento pessoal, nossa relação com o divino, e até o futuro da humanidade.
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