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Nossas Publicações 

Aqui é o espaço dedicado a publicações dos textos produzidos pelos Analistas do CEJAA, e convidados, que buscam divulgar seus trabalhos e pensamentos sobre a Psicologia Analítica e sua aplicabilidade nas mais diversas áreas do conhecimento.

A sombra que habita o fundo do mar do inconsciente

Por Julia Duque estrada

 

RESUMO: Este artigo busca contribuir para a reflexão sobre o processo de individuação a partir de uma leitura do filme A Pequena Sereia, inspirado no conto original de Hans Christian Andersen (1837). Parte da concepção de que, no profundo mergulho nas águas inconscientes, é preciso integrar as sombras, ouvir aqueles cantos (lugares esquecidos e autoexpressão) abafados no curso da vida. Interroga o que está nas raízes do silenciamento do feminino, o que passa necessariamente por questionar a dissociação /cisão estruturante da sociedade patriarcal.

Consenso e Dissenso Fabricados

Por Edgar Menezes

 

Resumo: o objetivo do artigo é contribuir com a reflexão sobre como os meios de comunicação social têm sido utilizados como porta-vozes da classe dominante e analisar os efeitos desse controle no processo de possessão e fanatização da sociedade. Constata-se a gestão de um contágio permanente, reforçado por um sistema educacional muito mais funcional do que humanista e crítico, além disso, há também um tipo de predisposição psíquica que pode favorecer em maior ou menor grau, um comportamento massificado e de conformação a líderes e projetos de poder conservadores e de extrema-direita.

TikTok: viralização e alienação

Por Nathalie Ferreira

 

RESUMO: Este artigo discute a relação entre o aplicativo TikTok e a alienação do ego, explorando como a plataforma pode afetar a psique humana a nível pessoal e coletivo, objetivando responder a pergunta: a plataforma TikTok contribui para uma alienação do ego do Si-mesmo? Para fundamentar essa discussão, o texto se baseia em autores como Jung e Hillman, para tratar da dimensão simbólica e arquetípica do tema, e a partir das contribuições conceituais da psicologia analítica, fazer uma análise sobre a alienação do ego e a construção da persona nesta rede. O artigo também busca referência em autores e críticos sobre as questões midiáticas, como Yuk Hui, Nicholas Carr, Ronaldo Lemos e Malena Contrera, para tratar de temas como a abstração das imagens virtuais, a manipulação dos conteúdos e a intensidade do triunfo do simulacro sobre a realidade. Além disso, este artigo destaca a importância de reconhecer as sombras coletivas e reimaginar novas funções para as ferramentas tecnológicas, bem como a questão da diversidade do pensamento na busca por uma tecnodiversidade.

Povos Indígenas: Uma ampliação simbólica da cerimônia de posse da Ministra Sônia Guajajara

Por Livia Rospantini Monteiro

 

RESUMO:  O artigo visa apresentar reflexões acerca das possibilidades de transformações psíquicas a partir do impacto imagético da visibilidade das mulheres indígenas no poder político brasileiro. Para isso, será analisada a solenidade de posse do Ministério dos Povos Indígenas, que ocorreu de forma conjunta com o Ministério da Igualdade Racial. A cerimônia manifestou, na sede do Poder Executivo, ritos e tradições dos povos originários, dos quilombos e terreiros do Brasil. Considerando o complexo cultural brasileiro e a tentativa de apagamento histórico desses povos, o artigo discorre sobre o impacto simbólico do empossamento das mulheres indígenas como viabilidade de reimaginação da política e da ampliação da consciência individual e coletiva.

A “ferida da bruxa” e a sombra feminina coletiva: integração através da psicologia arquetípica da face escura da deusa 

Por Dra. Rita Amaral

 

RESUMO:  As mulheres têm sido alvo de perseguição por centenas, senão mesmo, milhares de anos. Passamos de uma civilização matriarcal, em que havia um equilíbrio entre os princípios feminino e masculino, e na qual a mulher era considerada sagrada pelo seu poder de gerar vida, para uma civilização patriarcal em que esse mesmo poder foi considerado uma ameaça. O medo do feminino não é mais que o medo do inconsciente, do escuro, da sombra, de uma dualidade saudável que se perdeu. E, se isso tem consequências negativas para o desenvolvimento psicológico do ser humano e para a sociedade atual, essas consequências são ainda mais negativas para as mulheres que se viram obrigadas a desenvolver mais o seu princípio masculino em detrimento da sua essência feminina. Neste artigo proponho uma abordagem baseada na psicologia arquetípica da face escura da Deusa como forma de integrar a sombra feminina coletiva e curar a “ferida da bruxa” nas mulheres de hoje. Através do contato com mitos e rituais das deusas escuras como Hécate, Kali, Durga, Ereshkigal e Lilith, vários aspectos da sombra feminina podem ser integrados: a ligação com o inconsciente e com a intuição, o ciclo vida-morte-vida, a sensualidade e rebeldia, o ciúme e da inveja de outras mulheres, e a capacidade de lidar com os medos.

Embotamento afetivo: a regressão da libido e a perda das emoções

Por Keila Cristina Abreu do Vale

 

RESUMO: A finalidade do presente artigo é a abordagem do problema da ausência de sentimentos e de emoções, o que configura o chamado embotamento afetivo ou dormência emocional, caracterizado por uma regressão persistente da libido, em decorrência de situações traumáticas e/ou de submissão a forte estresse. A partir da análise do personagem Lee Chandler do filme “Manchester à beira-mar" (direção de Kenneth Lonergan, 2017) e da letra da música “Socorro” (autoria de Arnaldo Antunes e Alice Ruiz, 1998), apontar um possível caminho para o enfrentamento do problema.

Sonho, um mensageiro do inconsciente - breves considerações sobre sonhos e sua análise.
Por Analista em Formação: Affonso Abreu

 

RESUMO: O texto apresenta uma breve discussão sobre a importância dos sonhos como possibilidade de encontro com conteúdos inconscientes. É realizado um paralelo entre a teoria freudiana sobre os sonhos e a teoria junguiana. O texto é apresentado de forma a interagir e estimular o leitor a refletir sobre a importância do
sonhar para a saúde psíquica. São utilizadas, principalmente, as referência de Marie Louise Von-Franz e sua pesquisa, baseada na teoria junguiana sobre os sonhos e suas possibilidades de trabalho na clínica.

Contágio psíquico e controle social 
Por Edgar Menezes de Assis

 

RESUMO: O objetivo do artigo é discutir como o estímulo ao contágio psíquico pode fazer parte do mecanismo de controle político, seja para manter o funcionamento padronizado da sociedade, seja para provocar o transbordamento para um estado de possessão. Em tendências históricas recentes, observa-se que os efeitos desse contágio manipulado, tem produzido fenômenos políticos similares aos movimentos fascistas. Ao refletir sobre o contágio falamos desse eu, que julga e reivindica para si um poder de controle, dirigente e explicativo de si mesmo e do mundo exterior, ainda que esteja longe de ser o senhor absoluto das suas escolhas e decisões. Há, no entanto, outros, como estrangeiros que podem ou não ser reconhecidos pela consciência, funcionando como forças orientadoras que dão sentido às nossas ideias. Os fatores relacionados ao nosso inconsciente, como os afetos e as emoções, indissociáveis de valores e princípios sedimentados em nosso mundo interno, determinam nosso modo de vida ou atitudes, sendo também uma pré-condição para a eficácia de influências externas próprias do mundo moderno e das suas estruturas de poder.

Um convite para sonhar através da poesia indígena. 
Por Nathalie Ferreira

 

RESUMO: O presente artigo pretende criar uma reflexão da importância da poesia indígena brasileira como expressão de um sintoma da anima mundi, na busca da restauração da psique coletiva a partir do reconhecimento e integração da sombra colonial que denuncia a unilateralidade do pensamento eurocêntrico na formação psíquica da alma brasileira. Para levantar esta análise, o artigo parte da escolha da
poesia ‘ainda cabe sonhar’ da artista visual e poetisa indígena Débora Arruda, apoiando-se no pensamento e preceitos da psicologia analítica e nas análises do crítico literário Octavio Paz.

Eros, Pâ e o medo como motor das redes sociais 
Por Julia Duque Estrada Pontes 

 

RESUMO: Pã, pânico, pandemia. O mito da criatura com rosto e pés de cabra, o deus Pã, assola a humanidade desde os primórdios. Esse breve e impactante nome é prefixo de uma síndrome que defronta o ser humano com o medo e o desamparo. É, também, nome da ameaça de contágio, em larga escala, que recentemente tomou forma de um minúsculo vírus letal. Hoje, profissionais do marketing abusam dos encantos deste deus ao fabricarem narrativas para “viralizarem” nas redes sociais, conquistando amplo alcance e engajamento. Todas elas têm em comum o apelo à emoção, às respostas irrefletidas e irracionais. São conteúdos empacotados para consumo imediato, que se utilizam do conceito de complexo, abordado pela psicologia analítica. No núcleo de cada complexo há arquétipos, centros mobilizadores de intensa carga afetiva que podem se materializar como os deuses da mitologia antiga. Tomam de assalto as pessoas quando menos se espera, tornando-as manipuláveis aos seus caprichos. Além de Pã, outro deus frequentemente evocado nas narrativas das redes sociais é o intrépido cupido Eros. Ele parece falar sobre o nascimento de um amor que depende da integração de polaridades opostas, como prosperidade e escassez. Este artigo se propõe a analisar como as narrativas fabricadas nas redes sociais ecoam na psique humana, tendo como eixo o mito de Pã, de um lado, e de Eros, de outro. Objetiva refletir sobre meios de lidar com a comunicação digital de modo mais consciente, para que a flauta de Pã e a flecha de Eros possam abrir caminhos na escuridão, no curso da individuação. A hipótese é de que seja possível descortinar novas formas de lidar com a comunicação em redes, inspiradas pela vivência luminosa de tais mitos. Em lugar de narrativas de ódio, apoiadas no medo que polariza e imobiliza, interroga-se a possibilidade de resgate do sentido da palavra “comunicação/communicare” enquanto “comunhão/compartilhamento”. Este artigo parte de conceitos junguianos tais como persona, sombra, complexo e projeção. E também de formas comunicativas compassivas, como a Comunicação não-violenta.

O jovem e o mundo do trabalho: entre expectativas e realidades 
Por Elisa Barroso 

 

RESUMO: A discussão proposta neste artigo busca atentar para como a globalização e a inserção da tecnologia na vida cotidiana e no ambiente de trabalho, se desenvolveram de uma forma muito rápida, o que ocasionou em mudanças também naquilo que é exigido do empregado pelo mercado de trabalho. Discute-se, portanto, que, especialmente em momentos de alterações macroeconômicas, os jovens encontram ainda mais dificuldade para conseguir a primeira oportunidade. Esse jovem que durante e após a universidade cria uma série de expectativas em relação ao trabalho e a estabilização rápida na carreira. Porém, o que encontram é uma barreira difícil de transpor: a falta de oportunidade para pessoas que não têm experiência profissional. Sendo assim, o objetivo deste artigo é compreender, através do estudo bibliográfico, as expectativas destes jovens sobre o trabalho e como eles lidam com a discrepância encontrada entre a expectativa e a realidade do mercado.

Xangô, um mito complexo
Por Ana Maria Nogueira 

 

RESUMO: A mitologia é um campo de conhecimento arquetípico, um conjunto de histórias que propõem modelos para o comportamento humano e para o relacionamento dos indivíduos em sociedade e com a natureza. A ideia deste texto é analisar a dinâmica anima/animus na formação da personalidade. O mito escolhido foi o de Xangô, orixá da cultura africana Iorubá, representação iconográfica da masculinidade e da força física. Essa figura mitológica foi o único orixá masculino a ter três esposas, que representaram aspectos diferentes e complementares do ideal feminino popular. Xangô tinha sua esposa preferida, mas usou os recursos das outras duas para ter sucesso no seu reinado. Este artigo tem como objetivo iniciar uma discussão a respeito da figura mitológica de Xangô, um dos deuses (ou orixás) do panteão iorubá. Esse culto de tradição ketu foi trazido do Benin, costa oriental da África, para o Brasil durante o tráfico de pessoas escravizadas. Essa população era desembarcada nos portos do Rio de Janeiro e de Salvador, na sua maioria

Morte e renascimento

Por Paula Germann

 

RESUMO: Através de uma das narrativas mais antigas da humanidade, a Epopeia de Gilgamesh, este texto reflete sobre a dificuldade do sujeito contemporâneo com o tema da morte, devido à crescente unilateralização do ego. A autora mostra a importância do contato com a dor na dimensão da Sombra para a elaboração de perdas significativas e para o desenvolvimento da personalidade, a partir da dinâmica de mortes e renascimentos simbólicos. O texto também aborda como a psicoterapia do Luto sob a ótica junguiana pode ser enriquecida com o Modelo Dual para Enfrentamento do Luto, concebido pelos psicólogos Margaret Stroebe e Henk Schut

Por que as histórias nos tocam? Uma leitura simbólica do conto
A Bela Adormecida 


Por Prof. Andréa Alencar

 

RESUMO: A partir da leitura do conto A bela adormecida, é feita uma análise da importância das histórias e da literatura para a vida das pessoas. Aborda-se a possibilidade de referenciar e reconhecer problemáticas da própria vida, a partir dos textos que nos tocam e os motivos que nos levam a ser sensibilizados por esta ou aquela história. O conto da Bela adormecida serve de mote para a discussão da situação cotidiana de muitas mulheres que passam a vida em "adormecimento" e, casam, têm filhos, trabalham... mas, um belo dia se chocam ao perceber que o tempo passou.

Complexos culturais

Por Prof. Andréa Alencar

 

RESUMO: A professora Andréa Alencar aborda a vivência em atendimento terapêutico que nos anos recentes tem-nos colocado diante de um fenômeno recorrente nas sessões de terapia, a constelação de complexos culturais, não que isso não ocorresse antes. Contudo, nas análises, muitas vezes, o terapeuta volta sua atenção para os problemas pessoais e esquece de atentar-se para a importância da cultura do indivíduo na constelação de seus complexos. A professora afirma que no Brasil de hoje é impossível não levar isso em consideração. O artigo traz uma discussão sobre complexos culturais e polarização.

Psicodélicos e plano de saúde mental para empresas

Por Dra. Cristina Siaines

 

RESUMO: Dra. Cristina Siaines faz uma análise, do texto publicado no Jornal O Globo, no dia 19/9/2022. Na entrevista intitulada “A quetamina é uma revolução no tratamento da depressão” o psiquiatra e neurocientista Diogo Lara, aborda o uso da quetamina, psicodélicos para o controle da depressão e burnout. Contudo, a discussão proposta pela Dra. Cristina é a surpresa da abordagem do psiquiatra que, busca apresentar as vantagens do uso do “medicamento” como medida para resgatar a produtividade do sujeito e não a sua saúde, já que o foco seria o benefício da empresa que resgataria o trabalho e o consequente lucro da corporação. O que é questionado no texto, diante da entrevista do psiquiatra, é a ausência da abordagem sobre a discussão de temas essenciais como o ambiente da empresa que estaria gerando desconforto nos sujeitos e a saúde mental do indivíduo, antes da necessidade de produção. Um texto que aborda, principalmente, sobre a necessidade de um olhar atento aos textos jornalísticos e a intencionalidade dos mesmos.

Jung na encruzilhada

Por Adriana Facina

 

RESUMO: Dra. Adriana Facina faz um passeio pela teoria junguiana trazendo como mote para discussão o orixá Exu e a vitória da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio no carnaval carioca de 2022. Cita trabalhos importantes na área que já abordaram a temática. De acordo com a autora, “Ler Jung a partir de Exu é fazer festa, é botar o psiquiatra suíço para dançar na rua e se comunicar com o tempo do agora. É propor reflexões abertas, cruzos, ampliar possibilidades terapêuticas e de análises sócio-históricas. Como princípio descolonizador, Exu se incorpora em Jung, gargalha, cospe marafo e recusa certezas, ortodoxias e estagnações, desestabilizando eurocentricidades. Comunicação, movimento, dinamismo, criatividade, transformação: elementos comuns a Exu e à psicologia analítica.”

A influência das tradições familiares e de uma comunidade quando o estado é ausente, uma discussão moral, transformativa, e da norma

P/ Barbara Melgaço

 

RESUMO: O artigo elabora uma discussão sobre personagens de duas obras literárias, a primeira Os Dois Irmãos do escritor cabo-verdiano Germano Almeida e a segunda O matador da escritora brasileira Patrícia Melo. Os dois textos, aparentemente distantes, apresentam a similaridade na discussão sobre a influência do meio na atitude de um sujeito e na constelação de complexos culturais. A autora traça uma argumentação sobre a ausência do Estado como o grande alimento para a constelação desses complexos e suas consequências nos ambientes que, a partir disso, criam sujeitos que estabelecem suas linhas de atuação e norma, independente da lei estabelecida pelo Estado. Sendo assim, a autora utiliza as obras literárias para apresentar a formação do caráter psicológico dos personagens

Colcha de retalhos - Introdução a Carl Gustav Jung

P/ Andréa Alencar

 

RESUMO: Neste texto o que se busca é apresentar Carl Gustav Jung de forma rápida e concisa. Resumir o homem e sua teoria em dez páginas se faz tarefa impossível, portanto, o que é buscado é colocar os fatos e encontros mais marcantes, assim como alguns de seus conceitos. No entanto, se faz claro ao longo do texto que esta é uma apresentação em retalhos, mas que estimula o leitor a buscar mais informações sobre o autor e sua obra

Um ensaio sobre a cegueira Brasil

P/ Andréa Alencar

 

RESUMO: Neste texto elabora-se um paralelo entre a pandemia de cegueira, descrita por José Saramago em seu livro Ensaio sobre a cegueira, ganhador do prêmio Nobel de literatura, e a situação atual de polarização que vivemos, especialmente no Brasil. No início do texto são apresentados autor e obra e, a partir disso, e da análise dos símbolos apresentados na obra, tem início uma discussão sobre o quanto o desejo pelo poder, pelo excesso, pela certeza, nos “cega” e o quanto é difícil enxergar em um mundo onde todos cegaram, isso posto, a partir da análise da única personagem que enxerga, a mulher do médico. E, como afirma Saramago, “A pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que temos pela frente”

Sheraszade e a importância da arte, do simbólico para uma vida mais saudável

P/ Andréa Alencar

 

RESUMO: Neste texto busca-se traçar uma discussão sobre a importância da arte na vida das pessoas, coloca-se o fazer e o observar artístico como também possibilidade e necessidade humanas, tão importantes quanto a alimentação do corpo, torna-se essencial discutir a necessidade de alimentar a alma. Para elaborar a discussão traz-se o conto das mil e uma noites Sheraszade como mote e para isso se leva em consideração que a arte, o contar histórias salva a vida.

O feito é melhor que o perfeito

P/ Dra. Cristina Siaines

 

RESUMO: este texto busca lançar um olhar sobre a necessidade de estarmos sempre bem, de sermos sempre positivos e perfeitos e o quanto essa exigência pela perfeição nos impede de realizar, de sermos quem somos. A perfeição exigida pela sociedade e consequentemente por nós mesmos acaba por nos lançar em um mundo de autocrítica que termina por nos fazer acreditar que somos impostores, naquilo que fazemos, e que o outro está sempre melhor que nós. Portanto, o texto propõe uma reflexão sobre essa perfeição e se ela de fato existe e deve ser uma meta.

A bunda incômoda de Anitta e a sombra de um país que nega liberdade ao corpo feminino

P/ Andréa Alencar

 

RESUMO: No último dia 27 de novembro, a cantora Anitta se apresentou na final da Copa Libertadores da América e sua apresentação agradou a alguns, enquanto outros criticaram veementemente alegando questões morais, afinal "crianças estavam na sala" neste horário. este texto se propõe a questionar os motivos pelos quais a performance de Anitta incomoda a tantos. A base para a discussão está no conceito de sombra de Carl Gustav Jung e na teoria dos complexos, voltando-se para a temática dos complexos culturais. Esta relação é estabelecida, a partir de uma discussão que leva em consideração a liberdade, ou melhor dizendo a não liberdade do corpo feminino em uma sociedade patriarcal, machista que se acostumou com a ideia de que o corpo feminino só deve ser exposto e explorado quando atender aos interesses dessa sociedade. Por que Anitta incomoda? Porque balança as estruturas dessa ordem.

Vozes e donos: Um diálogo contemporâneo com “da formação da personalidade”, de C.G.Jung
P/ Dra. Adriana Facina

Resumo: Este artigo busca estabelecer um diálogo com o capítulo VII (“Da formação da personalidade”) do livro O desenvolvimento da personalidade[1], que reúne escritos produzidos por Jung entre 1910 e 1942. O capítulo que analisarei foi escrito em primeira versão como conferência, em novembro de 1932 e tinha como título original “A voz do íntimo” (Die Stimme des Inneren). Este título inicial me forneceu uma  chave de leitura do texto, pautada na ideia de que o processo de desenvolvimento da personalidade é o encontro com essa voz do íntimo e as possibilidades de sua expressão.  Relaciono o texto junguinano com o contexto da ascensão do nazifascismo na Europa e busco nele inspirações para refletirmos sobre a conjuntura política brasileira contemporânea.

 

[1] JUNG, C.G. 2013. O desenvolvimento da personalidade (vol. 17 Obra Completa).

Petrópolis, Vozes.

O arcano maior do tarô o enforcado  e a condição de rendição do ego no processo de individuação
P/ Silvia Parente

Este artigo apresenta uma discussão sobre a questão do sacrifício do ego e sua relação com o processo de individuação. Para comprovar que a rendição do ego é uma etapa importante e necessária no caminho do desenvolvimento da consciência, será utilizada a análise simbólica do Arcano Maior do Tarô O Enforcado, com o intuito de demonstrar que os símbolos evocados por esta carta representam esta experiência arquetípica. O Tarô é reconhecido como uma valiosa ferramenta de acesso aos símbolos e arquétipos do inconsciente coletivo e pessoal. Pretende-se com a análise do arcano O Enforcado apreender os perigos e promessas deste desafio do ego muito relacionado à segunda metade da vida ou metanoia. O arcano O Enforcado pode representar simbolicamente essa rendição do ego ao self? Com base na análise desta carta comprova-se o significado desta experiência arquetípica de sacrifício ou rendição do ego e sua importância para o processo de individuação. Procura-se a partir de uma análise simbólica de O Enforcado discutir os principais conceitos da teoria junguiana que estão relacionados ao tema. O Tarô revela a importância que o mundo simbólico tem para a psicologia junguiana. Com a ajuda deste método, especificamente da carta O Enforcado este artigo apresenta uma discussão sobre o significado da questão do sacrifício do ego e com isso busca demonstrar a importância da restauração da comunicação entre ego e self, ou entre consciente e inconsciente, para que se caminhe no processo de individuação.
 
Palavras-chave: Jung; Tarô; Individuação; Psicologia Junguiana; Arcano O Enforcado.

O impacto de uma medicina que não considera a totalidade corpo e alma do paciente, sob a ótica da psicologia junguiana
P/ Luana Epel

RESUMO: Este texto apresenta uma discussão sobre o modelo de atendimento médico praticado hoje em dia. Modelo este que desconsidera o indivíduo em sua totalidade corpo, alma e espírito, o que agrava o sofrimento do paciente e o distancia do médico, contribuindo para justificar muitas vezes o insucesso dos tratamentos. A temática será abordada tendo como referência os conceitos Junguianos de Ego, Self, Persona, dentre outros. A abordagem também levará em conta a evolução do conceito de dor e doença ao longo do tempo, assim como, a relevância da Psicologia no curso acadêmico de medicina, para que o profissional médico amplie seu olhar sobre o ser humano e atenda seu futuro paciente com o cuidado e atenção necessários. O texto está dividido em três tópicos. O primeiro: Os conceitos Junguianos e a prática médica; o segundo: A importância da Psicologia Profunda na formação médica e o terceiro: Exemplos de práticas que desconsideram o ser humano de forma integral e suas consequências.

 

Palavras chave: Jung, medicina, adoecimento, psicologia, prática médica.

Considerações sobre os sintomas de adoecimento de crianças e adolescentes no ambiente escolar
 P/ Andréa Alencar

RESUMO: O artigo apresenta uma discussão sobre as relações entre a escola e os sintomas de adoecimento em crianças e adolescentes. No decorrer do trabalho, são discutidas as expectativas sociais sobre a atuação da criança e do adolescente em ambiente escolar e o quanto essas expectativas geram conflitos e afastamento daquele que deveria ser o objetivo da instituição que se propõe a educar: possibilitar ao jovem o seu pleno desenvolvimento, através também da possibilidade de autoconhecimento. O trabalho funda-se totalmente na pesquisa bibliográfica das obras de Jung e autores que comungam do mesmo pensamento do autor como, Marie Louise Von Franz, Hillman e J. J. Clarke. A discussão proposta é de que a escola tem grande influência na formação do indivíduo, sendo assim, indiscutivelmente também é agente influenciador no aparecimento de sintomas de adoecimento nos alunos.

Palavras chave: Escola, sintomas de adoecimento, crianças e adolescentes, Jung, psicologia profunda

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