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A “ferida da bruxa” e a sombra feminina coletiva: integração através da psicologia arquetípica da face escura da deusa

Por Dra. Rita Amaral

Resumo

RESUMO: As mulheres têm sido alvo de perseguição por centenas, senão mesmo, milhares de anos. Passamos de uma civilização matriarcal, em que havia um equilíbrio entre os princípios feminino e masculino, e na qual a mulher era considerada sagrada pelo seu poder de gerar vida, para uma civilização patriarcal em que esse mesmo poder foi considerado uma ameaça. O medo do feminino não é mais que o medo do inconsciente, do escuro, da sombra, de uma dualidade saudável que se perdeu. E, se isso tem consequências negativas para o desenvolvimento psicológico do ser humano e para a sociedade atual, essas consequências são ainda mais negativas para as mulheres que se viram obrigadas a desenvolver mais o seu princípio masculino em detrimento da sua essência feminina. Neste artigo proponho uma abordagem baseada na psicologia arquetípica da face escura da Deusa como forma de integrar a sombra feminina coletiva e curar a “ferida da bruxa” nas mulheres de hoje. Através do contato com mitos e rituais das deusas escuras como Hécate, Kali, Durga, Ereshkigal e Lilith, vários aspectos da sombra feminina podem ser integrados: a ligação com o inconsciente e com a intuição, o ciclo vida-morte-vida, a sensualidade e rebeldia, o ciúme e da inveja de outras mulheres, e a capacidade de lidar com os medos.

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