
Nossas Publicações
Aqui é o espaço dedicado a publicações dos textos produzidos pelos Analistas do CEJAA, e convidados, que buscam divulgar seus trabalhos e pensamentos sobre a Psicologia Analítica e sua aplicabilidade nas mais diversas áreas do conhecimento.
Complexos culturais
Por Prof. Andréa Alencar
RESUMO: A professora Andréa Alencar aborda a vivência em atendimento terapêutico que nos anos recentes tem-nos colocado diante de um fenômeno recorrente nas sessões de terapia, a constelação de complexos culturais, não que isso não ocorresse antes. Contudo, nas análises, muitas vezes, o terapeuta volta sua atenção para os problemas pessoais e esquece de atentar-se para a importância da cultura do indivíduo na constelação de seus complexos. A professora afirma que no Brasil de hoje é impossível não levar isso em consideração. O artigo traz uma discussão sobre complexos culturais e polarização.
Psicodélicos e plano de saúde mental para empresas
Por Dra. Cristina Siaines
RESUMO: Dra. Cristina Siaines faz uma análise, do texto publicado no Jornal O Globo, no dia 19/9/2022. Na entrevista intitulada “A quetamina é uma revolução no tratamento da depressão” o psiquiatra e neurocientista Diogo Lara, aborda o uso da quetamina, psicodélicos para o controle da depressão e burnout. Contudo, a discussão proposta pela Dra. Cristina é a surpresa da abordagem do psiquiatra que, busca apresentar as vantagens do uso do “medicamento” como medida para resgatar a produtividade do sujeito e não a sua saúde, já que o foco seria o benefício da empresa que resgataria o trabalho e o consequente lucro da corporação. O que é questionado no texto, diante da entrevista do psiquiatra, é a ausência da abordagem sobre a discussão de temas essenciais como o ambiente da empresa que estaria gerando desconforto nos sujeitos e a saúde mental do indivíduo, antes da necessidade de produção. Um texto que aborda, principalmente, sobre a necessidade de um olhar atento aos textos jornalísticos e a intencionalidade dos mesmos.
Jung na encruzilhada
Por Adriana Facina
RESUMO: Dra. Adriana Facina faz um passeio pela teoria junguiana trazendo como mote para discussão o orixá Exu e a vitória da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio no carnaval carioca de 2022. Cita trabalhos importantes na área que já abordaram a temática. De acordo com a autora, “Ler Jung a partir de Exu é fazer festa, é botar o psiquiatra suíço para dançar na rua e se comunicar com o tempo do agora. É propor reflexões abertas, cruzos, ampliar possibilidades terapêuticas e de análises sócio-históricas. Como princípio descolonizador, Exu se incorpora em Jung, gargalha, cospe marafo e recusa certezas, ortodoxias e estagnações, desestabilizando eurocentricidades. Comunicação, movimento, dinamismo, criatividade, transformação: elementos comuns a Exu e à psicologia analítica.”
A influência das tradições familiares e de uma comunidade quando o estado é ausente, uma discussão moral, transformativa, e da norma
P/ Barbara Melgaço
RESUMO: O artigo elabora uma discussão sobre personagens de duas obras literárias, a primeira Os Dois Irmãos do escritor cabo-verdiano Germano Almeida e a segunda O matador da escritora brasileira Patrícia Melo. Os dois textos, aparentemente distantes, apresentam a similaridade na discussão sobre a influência do meio na atitude de um sujeito e na constelação de complexos culturais. A autora traça uma argumentação sobre a ausência do Estado como o grande alimento para a constelação desses complexos e suas consequências nos ambientes que, a partir disso, criam sujeitos que estabelecem suas linhas de atuação e norma, independente da lei estabelecida pelo Estado. Sendo assim, a autora utiliza as obras literárias para apresentar a formação do caráter psicológico dos personagens
Colcha de retalhos - Introdução a Carl Gustav Jung
P/ Andréa Alencar
RESUMO: Neste texto o que se busca é apresentar Carl Gustav Jung de forma rápida e concisa. Resumir o homem e sua teoria em dez páginas se faz tarefa impossível, portanto, o que é buscado é colocar os fatos e encontros mais marcantes, assim como alguns de seus conceitos. No entanto, se faz claro ao longo do texto que esta é uma apresentação em retalhos, mas que estimula o leitor a buscar mais informações sobre o autor e sua obra
Um ensaio sobre a cegueira Brasil
P/ Andréa Alencar
RESUMO: Neste texto elabora-se um paralelo entre a pandemia de cegueira, descrita por José Saramago em seu livro Ensaio sobre a cegueira, ganhador do prêmio Nobel de literatura, e a situação atual de polarização que vivemos, especialmente no Brasil. No início do texto são apresentados autor e obra e, a partir disso, e da análise dos símbolos apresentados na obra, tem início uma discussão sobre o quanto o desejo pelo poder, pelo excesso, pela certeza, nos “cega” e o quanto é difícil enxergar em um mundo onde todos cegaram, isso posto, a partir da análise da única personagem que enxerga, a mulher do médico. E, como afirma Saramago, “A pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que temos pela frente”
Sheraszade e a importância da arte, do simbólico para uma vida mais saudável
P/ Andréa Alencar
RESUMO: Neste texto busca-se traçar uma discussão sobre a importância da arte na vida das pessoas, coloca-se o fazer e o observar artístico como também possibilidade e necessidade humanas, tão importantes quanto a alimentação do corpo, torna-se essencial discutir a necessidade de alimentar a alma. Para elaborar a discussão traz-se o conto das mil e uma noites Sheraszade como mote e para isso se leva em consideração que a arte, o contar histórias salva a vida.
O feito é melhor que o perfeito
P/ Dra. Cristina Siaines
RESUMO: este texto busca lançar um olhar sobre a necessidade de estarmos sempre bem, de sermos sempre positivos e perfeitos e o quanto essa exigência pela perfeição nos impede de realizar, de sermos quem somos. A perfeição exigida pela sociedade e consequentemente por nós mesmos acaba por nos lançar em um mundo de autocrítica que termina por nos fazer acreditar que somos impostores, naquilo que fazemos, e que o outro está sempre melhor que nós. Portanto, o texto propõe uma reflexão sobre essa perfeição e se ela de fato existe e deve ser uma meta.
A bunda incômoda de Anitta e a sombra de um país que nega liberdade ao corpo feminino
P/ Andréa Alencar
RESUMO: No último dia 27 de novembro, a cantora Anitta se apresentou na final da Copa Libertadores da América e sua apresentação agradou a alguns, enquanto outros criticaram veementemente alegando questões morais, afinal "crianças estavam na sala" neste horário. este texto se propõe a questionar os motivos pelos quais a performance de Anitta incomoda a tantos. A base para a discussão está no conceito de sombra de Carl Gustav Jung e na teoria dos complexos, voltando-se para a temática dos complexos culturais. Esta relação é estabelecida, a partir de uma discussão que leva em consideração a liberdade, ou melhor dizendo a não liberdade do corpo feminino em uma sociedade patriarcal, machista que se acostumou com a ideia de que o corpo feminino só deve ser exposto e explorado quando atender aos interesses dessa sociedade. Por que Anitta incomoda? Porque balança as estruturas dessa ordem.
Vozes e donos: Um diálogo contemporâneo com “da formação da personalidade”, de C.G.Jung
P/ Dra. Adriana Facina
Resumo: Este artigo busca estabelecer um diálogo com o capítulo VII (“Da formação da personalidade”) do livro O desenvolvimento da personalidade[1], que reúne escritos produzidos por Jung entre 1910 e 1942. O capítulo que analisarei foi escrito em primeira versão como conferência, em novembro de 1932 e tinha como título original “A voz do íntimo” (Die Stimme des Inneren). Este título inicial me forneceu uma chave de leitura do texto, pautada na ideia de que o processo de desenvolvimento da personalidade é o encontro com essa voz do íntimo e as possibilidades de sua expressão. Relaciono o texto junguinano com o contexto da ascensão do nazifascismo na Europa e busco nele inspirações para refletirmos sobre a conjuntura política brasileira contemporânea.
[1] JUNG, C.G. 2013. O desenvolvimento da personalidade (vol. 17 Obra Completa).
Petrópolis, Vozes.
O arcano maior do tarô o enforcado e a condição de rendição do ego no processo de individuação
P/ Silvia Parente
Este artigo apresenta uma discussão sobre a questão do sacrifício do ego e sua relação com o processo de individuação. Para comprovar que a rendição do ego é uma etapa importante e necessária no caminho do desenvolvimento da consciência, será utilizada a análise simbólica do Arcano Maior do Tarô O Enforcado, com o intuito de demonstrar que os símbolos evocados por esta carta representam esta experiência arquetípica. O Tarô é reconhecido como uma valiosa ferramenta de acesso aos símbolos e arquétipos do inconsciente coletivo e pessoal. Pretende-se com a análise do arcano O Enforcado apreender os perigos e promessas deste desafio do ego muito relacionado à segunda metade da vida ou metanoia. O arcano O Enforcado pode representar simbolicamente essa rendição do ego ao self? Com base na análise desta carta comprova-se o significado desta experiência arquetípica de sacrifício ou rendição do ego e sua importância para o processo de individuação. Procura-se a partir de uma análise simbólica de O Enforcado discutir os principais conceitos da teoria junguiana que estão relacionados ao tema. O Tarô revela a importância que o mundo simbólico tem para a psicologia junguiana. Com a ajuda deste método, especificamente da carta O Enforcado este artigo apresenta uma discussão sobre o significado da questão do sacrifício do ego e com isso busca demonstrar a importância da restauração da comunicação entre ego e self, ou entre consciente e inconsciente, para que se caminhe no processo de individuação.
Palavras-chave: Jung; Tarô; Individuação; Psicologia Junguiana; Arcano O Enforcado.
O impacto de uma medicina que não considera a totalidade corpo e alma do paciente, sob a ótica da psicologia junguiana
P/ Luana Epel
RESUMO: Este texto apresenta uma discussão sobre o modelo de atendimento médico praticado hoje em dia. Modelo este que desconsidera o indivíduo em sua totalidade corpo, alma e espírito, o que agrava o sofrimento do paciente e o distancia do médico, contribuindo para justificar muitas vezes o insucesso dos tratamentos. A temática será abordada tendo como referência os conceitos Junguianos de Ego, Self, Persona, dentre outros. A abordagem também levará em conta a evolução do conceito de dor e doença ao longo do tempo, assim como, a relevância da Psicologia no curso acadêmico de medicina, para que o profissional médico amplie seu olhar sobre o ser humano e atenda seu futuro paciente com o cuidado e atenção necessários. O texto está dividido em três tópicos. O primeiro: Os conceitos Junguianos e a prática médica; o segundo: A importância da Psicologia Profunda na formação médica e o terceiro: Exemplos de práticas que desconsideram o ser humano de forma integral e suas consequências.
Palavras chave: Jung, medicina, adoecimento, psicologia, prática médica.
Considerações sobre os sintomas de adoecimento de crianças e adolescentes no ambiente escolar
P/ Andréa Alencar
RESUMO: O artigo apresenta uma discussão sobre as relações entre a escola e os sintomas de adoecimento em crianças e adolescentes. No decorrer do trabalho, são discutidas as expectativas sociais sobre a atuação da criança e do adolescente em ambiente escolar e o quanto essas expectativas geram conflitos e afastamento daquele que deveria ser o objetivo da instituição que se propõe a educar: possibilitar ao jovem o seu pleno desenvolvimento, através também da possibilidade de autoconhecimento. O trabalho funda-se totalmente na pesquisa bibliográfica das obras de Jung e autores que comungam do mesmo pensamento do autor como, Marie Louise Von Franz, Hillman e J. J. Clarke. A discussão proposta é de que a escola tem grande influência na formação do indivíduo, sendo assim, indiscutivelmente também é agente influenciador no aparecimento de sintomas de adoecimento nos alunos.
Palavras chave: Escola, sintomas de adoecimento, crianças e adolescentes, Jung, psicologia profunda